terça-feira, 18 de junho de 2013

Namoro gay – Quando universos colidem

Namorados gays de mundos diferentes. Por que diferente assim?
De tempos em tempos “transformo” comentários ou e-mails de leitores em posts pelos casos ricos que contribuem diretamente ao  MVG.
Dessa vez, obtive o relato de “Romulo” que narra seu namoro gay de 4 meses e das diferenças que marcaram. Romulo termina seu comentário com uma série de questões que responderei por aqui.
Relato de Romulo:
Namorei durante 4 meses com um cara, que era digamos “enrustido” (apenas 3 amigos íntimos sabiam de sua sexualidade)… No início do namoro tudo era muito agradável, ele conseguiu conciliar sua vida comigo e com sua vida social agitada já que é bastante popular no meio da alta sociedade. Eu não o julgava porque, além de estar apaixonado, sei que a questão de “se assumir” é pessoal e deve ser tomada com cautela levando em consideração muitos requisitos, então respeitei. O que aconteceu foi que depois de mais ou menos, ele não conseguia mais conciliar muito as duas vidas, e a que mais pesou foi sua vida “SR. balada com os amigos” e eu fui ficando de segundo plano.
Eu não tenho muitos amigos, estou muito satisfeito com os que tenho, e todos sabem de mim. Durante o relacionamento tentei preservá-lo ao máximo, chegando a inclusive negar uma saída com seus amigos, no qual eu seria apresentado como uma amigo de um “curso de línguas”. Não sou o tipo mais sociável do mundo, ainda mais com um meio em que me sinto totalmente deslocado, como é o caso da alta sociedade do qual ele faz parte. Isso tudo culminou em saídas não avisadas previamente pra baladas com os amigos e mentiras, e ele mesmo terminou comigo porque disse que não tinha estrutura para levar o relacionamento adiante.
Bom, durante todo o relacionamento eu fiquei me sentindo de certa forma deslocado (e isso acabou com minha auto estima) porque eu percebo que ele é do tipo de pessoa que liga muito para status, por viver no meio rico, e eu, apesar de ser um cara bonito e simpático, não tenho nada de status a oferecer pra ele, nem tenho condições de acompanhá-lo em viagens em busca de baladas no exterior de 6 em 6 meses, nem tenho um corpo sarado que, apesar de ele não ter me dito, ele tanto cultua. Entrei no que alguns psicólogos chamam de “comparacite” com o mesmo, “ele tem isso e eu não tenho”, “ele pode ir e eu não posso, o que fazer?”, “ele mora em uma cobertura e eu moro em um bairro mais humilde”. Enfim, faz mais ou menos 3 meses, no sábado recebi a notícia de uma colega que anda no meio dele dizendo que ele “se assumiu”. Eu, que apesar de não ter superado completamente mas estava bem mais tranquilo, entrei em um novo colapso mental, “porque ele se assumiu?”, “pra quem ele se assumiu?”, “será que ele está com uma pessoa TÃO melhor do que eu pra ter feito isso?”… entrei em choque, porque achava a ideia de ele fazer isso tão remota por causa de sua ligação com status e pelo fato de uma das coisas que mais desgastarem nosso relacionamento foi o fato de ele ter sido enrustido.
ISSO TUDO é meio que pra dizer que eu sou um cara que como já disse, me considero bonito e interessante, mas tenho um GRANDE problema de baixa auto-estima, talvez pela minha criação de pais aéreos, e também por não ser rico nem nada do tipo, e isso faz com que eu seja um pouco problemático e tenha dificuldades de engatar um relacionamento (NO QUE DIZ RESPEITO À MINHA PARTE), queria fazer algumas perguntas.
Você acha que quando existem muitas divergências de personalidade, um namoro pode dar certo (pessoa baladeira x pessoa caseira; Pessoa rica x Pessoa CM; Pessoa que cultua status seja por beleza quanto econômico/fama na sociedade x Pessoa madura: Todos esses exemplos existiam no namoro). O que você acha que significa “SE ASSUMIR”? Tirando em experiências seus relacionamentos nesses anos todos de experiência que você relata como assumido e exalta tanto no blog, acha que é normal depois de 3 meses de término eu ainda pensar tanto na pessoa? O que significa superar uma pessoa pra você? Quando se está com problemas de auto-estima, acha que é melhor evitar em situações sérias de relacionamento pra evitar que a carência faça com que eu aceite muitas coisas erradas (sou uma pessoa que se apega com facilidade) ou melhor “subir na vida” primeiro, e como você citou em outro post, levar o trabalho como primeira carta do baralho pra me sentir bem comigo mesmo? E pra finalizar, o que você faria em minha situação, levando em conta que eu ainda sou meio apaixonado (não conheci ninguém novo nesses 3 meses, nem pra nada casual e morando numa cidade que não há muitos caras que me atraiam) Iria atrás dele pra saber os motivos dele ter se assumido? Tentaria esquecer? Fico grato se puder me responder, sei que você não é psicólogo mas fiz as perguntas por você ser uma pessoa experiente.
Obrigado.

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