terça-feira, 18 de junho de 2013

Homossexualidade

PLC 122: o que temem os políticos evangélicos?
Por: Marcelo Cia.


``Ainda que Dilma não toque publicamente no assunto, é certo que ela sabe muito bem que suas Ministras Maria do Rosário e Marta Suplicy estão atuando para aprovar o PLC 122``
Não consigo entender os políticos da Frente Evangélica. Já perdi as contas das vezes que ouvi o senador Mago Malta dizer que o PLC 122 deveria ser votado logo, já que certamente perderia. Líderes religiosos, como Silas Malafaia, diziam o mesmo: que tanto o PLC 122 quanto o casamento gay, caso fossem votados, sofreriam derrotas humilhantes.

Mas agora que o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, disse que vai colocar o PLC 122 como prioridade de votação na Casa, os líderes evangélicos reclamam. O senador Magno Malta usou a tribuna do Senado para protestar contra a decisão de Calheiros. "Não pode ser votado a toque de caixa. A sociedade brasileira, acima de 80% dos brasileiros, não concorda com isso. Não quero acreditar que o presidente Renan tenha dito isso, que ele vá cometer essa atrocidade. Eu não sou homofóbico, mas o projeto não é justo. Banalizar a palavra é fácil".

Malafaia, que está em Brasília para comandar um ato em "defesa da família", disse que Renan não será "tão inconsequente assim" ao colocar o projeto em votação. "Ele não vai atropelar trâmites da Casa. Deve estar falando isso para agradar o público da Parada Gay".

Qual é o medo das lideranças? Se antes eles tinham tanta certeza que o PLC 122 perderia, o que mudou de lá para cá?

Em tempo
O PLC 122 seguirá seu trâmite normal (será votado na Comissão de Direitos Humanos do Senado, depois na de Constituição e Justiça. Só então vai a plenário). Como foi alterado no Senado, ele terá que voltar à Câmara dos Deputados, onde será votado em plenário.

O texto que será analisado é novo, foi construído pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, em consulta o Conselho LGBT. Este novo texto garante que os pastores, padres e afins condenem a homossexualidade. O projeto de lei é muito mais de matéria penal que "moral", por assim dizer. Basicamente, ele tipifica e penaliza os crimes verbais e físicos motivados por orientação sexual e identidade de gênero. Então,o que os líderes evangélicos tanto temem?

Dilma
Caso o PLC 122 seja aprovado neste ano ou no próximo, o governo Dilma ficará marcado como o período em que os direitos da comunidade gay mais avançaram. O casamento gay é uma realidade no Brasil. A aprovação da lei de criminalização da homofobia é uma possibilidade bastante real.

Ainda que Dilma nunca tenha dado uma declaração sobre nenhuma destas questões, seu governo ficará marcado, entre outras coisas, por essas conquistas, em especial no exterior. É estranho: é no governo da presidente que menos falou com a comunidade LGBT que seus direitos mais avançaram.
Livro infantil sobre paternidade homoafetiva “Mamães e Papais” será lançado em Curitiba

No próximo dia 8 de junho, sábado, das 16 às 19 horas, na Livraria Cultura, no Shopping Curitiba, será lançado o livro “Mamães e Papais” de Emerson Machado. Orientado para crianças a partir de oito anos, o trabalho da Aaatchim! Editorial tem ilustrações de Sebastião Nuvens e tem como assunto principal os relacionamentos homoafetivos entre adultos na visão das crianças. O evento terá ainda com a história sendo contada por Daphine Augustini.
 
De forma singela, o livro narra como o assunto de dois pais do mesmo sexo de uma das coleguinhas da escola é encarado por crianças. “Ninguém deixará de ser homossexual. Com o casamento homoafetivo legalizado ou não, esse tipo de família irá continuar surgindo no Brasil. É algo natural do ser humano querer constituir uma estrutura familiar”, conta Emerson Machado, autor de “Mamães e Papais”. O tabu é explorado de forma delicada e traçando paralelos entre os mais diversos tipos de famílias. Um projeto corajoso e entre os pioneiros no país. 
 
“A energia que eles estão gastando tentando impedir algo que é um direito de todo ser humano – amar e ser amado – poderia ser usada em outros assuntos, como a educação no nosso país que está longe de ser uma das melhores do mundo e, também, os problemas com a saúde pública – que desde sempre passa por dificuldades gritantes”, argumenta o autor. 
 
Confira abaixo um trecho do livro gentilmente cedido pelo autor:
 
— Como é ter duas mães, Otávio? — perguntou Taís antes de descer pelo escorregador.
— Normal — respondeu ele assim que caíram numa piscina de bolinhas.
— A Jéssica, lá da minha escola, disse que eu não sou feliz porque eu não tenho mãe. Mas você tem duas só pra você! E eu só tenho pai.
— Você não é feliz? — perguntou o menino sério.
— Sou.
— Então a Jéssica tá errada, né? — sorriu Otávio, acompanhado por Taís. — É que nem quando brincam comigo dizendo que eu não tenho pai. Mas não é verdade... Eu tenho pai, mas parece que ele me abandonou. Daí eu fui para um orfanato. Aí a mãe Daiane e a mãe Priscila me escolheram e me levaram pra casa, pra ser o filho delas.
— Você gosta de ter duas mães?
— Gosto — respondeu Otávio sem hesitar. — Elas cuidam de mim, me dão carinho e não deixam que nada faltem, compram tudo o que eu preciso na escola... É bem legal!
— E você não tem pena das outras crianças que não tem nem dois pais, nem duas mães, nem pai e mãe?
— Eu tenho — disse Otávio. — Porque as minhas mães disseram que tem muitas outras meninas adultas e meninos adultos que queriam ter filhos, mas as pessoas não deixam que eles fiquem com essas crianças não sei por quê.
— E as crianças continuam sem ninguém?
— Sim. Não é triste?
— Muito.
Diversidade Sexual
OAB promove encontro para discutir os direitos da comunidade LGBT em SP neste sábado
No próximo sábado (8) será realizado o II Encontro Estadual dos Direitos da Diversidade Sexual no Teatro Gazeta, em São Paulo.
O evento é promovido pela Comissão da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da OAB - Seção São Paulo.
Advogados, desembargadores, psicólogos, professores e sociólogos irão debater temas pertinentes à comunidade LGBT.
A abertura, feita pelo Dr. José Renato Nalini, Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e Corregedor Geral da Justiça do TJ SP, vai abordar a a nova configuração da família homoafetiva e a concretização dos seus direitos.
Um painel será dedicado exclusivamente aos direitos humanos de travestis e transexuais, discutindo a transfobia, identidade de gênero e a proteção jurídica dos direitos humanos.

Outro painel irá discutir a criminalização da homofobia, com o expositor Dr. Rogério Cury, advogado criminalista e professor universitário.
As inscrições são gratuitas pelo site do evento. Para conferir a programação completa e se inscrever clique AQUI.
Serviço:
II Encontro Estadual dos Direitos da Diversidade Sexual
Sábado - 08.06 - 9hs
Local: Teatro Gazeta - Avenida Paulista, 900
Confira a página da Comissão no Facebook.

CQC: reportagem sobre a tentativa do PSC de impedir o casamento gay no Brasil

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